sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Cartilha de disciplina escolar




Hoje vendo o telejornal vespertino me deparei com esta notícia:

"SP lança cartilha de conduta para alunos e prevê ressarcimento de danos"

Fui pesquisar a respeito, como esta cartilha funciona e fui direto a fonte, (pois nada melhor do que ver a notícia da onde ela se origina, e não a interpretação tendenciosa de quem a transmite).

Pois bem, a cartilha contem 14 paginas em que se exprime o direito do aluno, seus deveres e responsabilidades e como devem atuar no ambiente escolar, justamente este ponto final que estava faltando ser claro para que os professores tomassem qualquer providência com relação a disciplina.


As medidas disciplinares:

  1. Advertência verbal;

  2. Retirada do aluno de sala de aula ou atividade em curso e encaminhamento à diretoria para orientação;

  3. Comunicação escrita dirigida aos pais ou responsáveis;

  4. Suspensão temporária de participação em visitas ou demais programas extracurriculares;

  5. Suspensão por até 5 dias letivos;

  6. Suspensão pelo período de 6 a 10 dias letivos;

  7. Transferência compulsória para outro estabelecimento

Legal, esta parte ficou clara, o que for feito de errado, tem estas devidas consequências, mas e quando algum dos baderneiros, fizer algo certo, como a gente pode garantir que ele fará certo de novo? E como vamos garantir que estas consequências serão realmente dadas aos que merecem? Como chegou a este ponto as agressões escolares, e por que os pais não toma atitude e só brigam com as escolas por qualquer decisão que elas tomem?

Antes de começar a responder estas perguntas, vamos lembrar de um período em que a forma de controle era a palmatória. Quando uma pessoa é punida ela fará de tudo para fugir disso, com a palmatória era, "ou aprende", " ou vá embora". O vá embora era o mais comum, tanto que se vê hoje em dia que muitas pessoas com cerca de 50 anos não terminaram seus estudos, pois "apanhavam demais na escola".

Atualmente o que aconteceu, os professores são treinados até hoje a conter seus alunos pelo medo, medo de suspensão, medo de reprovação, medo de não ser alguém competente, mas isso vem se enfraquecendo decorrer dos anos, pois se for suspenso pode ficar fazendo bagunça, não pode ser reprovado, por causa do sistema de ciclos, ele pode ser alguém na vida pois tem muito político que nem terminou o primeiro grau.

Como é descrito no livro do Sidman, Coerção de 1989, a pessoa só vai se comportar de maneira adequada na frente de quem dá a punição, espere este vira as cosas pra ver se ele não faz a maior bagunça, e ainda bota a culpa em outro.

Tem momento em que a punição é necessário, pois acaba com uma ação de maneira imediata, mas a longo prazo pode causar outros problemas. Por este motivo, se usar punição é importante sempre haver uma estratégia de valorização do comportamento adequado, por exemplo:

"o garoto recebeu uma advertência verbal por chingar um colega, a cada vez que ele fizer um tratamento adequado à turma, ganha pontos, que podem ser trocados por nota, ou um dia de folga da aula, ou até mesmo minutos à mais no recreio"

Possivelmenteesta atitude, motivaria até outros colegas a efetuarem esta prática para ganhar o benefício, e posteriormente, o benefício não seria mais tão necessário para manter esta boa conduta.

Este post está ficando um pouco grande não acham, e ainda tem muito a se falar sobre esta assunto, tal qual o controle social (proposta que não ficou muito clara no vídeo, mas é citada), o não conhecimento e cooperação dos pais nas atividades escolares, e alguns princípios que podem ajudar nesta educação dos alunos na escola e até mesmo em casa.

Então, façam sugestões e comentários, pois no próximo poste tem mais vídeo e explicações.



2 comentários:

  1. Interessante a notícia, conhecia não! Pena que é absurda... aquela velha história: pune-se o que está errado mas não se ensina (nem reconhece) o certo. Aí complica.

    Enqto isso os educadores ficam aí esperando o interesse e "a aprendizagem partirem de dentro do aluno", bah!

    ResponderExcluir
  2. Justamente este o ponto que ainda será bem discutido aqui, ainda mais porque os nossos legisladores não sabem ou estudaram qualquer efeito destas metas de "educação"...

    ResponderExcluir